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     Governado pela mesma família desde sua consolidação, Aether é conhecido por ser um reino de nascimento e renascimento. Dize-se que a magia surgiu nele, com os deuses antigos e seus templos perdidos. Porém, nele também houve e ainda há grande perseguição aos magos, um paradoxo que o lugar não se preocupa em esconder.

      Sua história está repleta de eventos extraordinários, mas nenhum supera o Ezjah, que marcou a contagem dos anos com grande mistério.

      Uma curiosidade, desde a união, fomentada pela Grande Tempestade: o reino mantém uma superstição no mínimo inusitada.

      Independente de qualquer acontecimento, doze ducados serão mantidos. Não se permite outra divisão além desta. Um rei para doze duques. O costume e o misticismo ao redor de tal fato é tão forte que uma velha cantiga popular entoa dois versos em mote: "Para o velho reino, doze ducados/Mais ou menos é sempre mau presságio".

Um reino. Doze ducados

      Desde o princípio, somente três deuses foram adorados: Sekneith, a deusa-leoa; Yoruh, o deus-serpente, e Areth, o deus-falcão. Mesmo com o passar tempo e o ceticismo crescente, nenhum povo de Aether questiona sua existência. Eles sentem a presença de Sekneith na magia que corre pela terra e escutam o lamento de Areth no uivo do vento, Yoruh se esgueira pelas águas, evitando ter contato com aqueles que são, ao mesmo tempo, seu fardo e redenção.

      É sabido que a deusa-leoa é mais velha que o próprio tempo e tão poderosa quanto o destino. Os irmãos são mais jovens que ela, ainda que a idade dos deuses seja uma pergunta sem resposta, e há muito foi esta jovialidade, somada à teimosia, à inexperiência e ao ciúme que trouxe o caos para o universo.

      Mas do Caos, surgiu a vida.

      Os antigos sacerdotes hão de concordar em um ponto — e talvez apenas nele —, foi a briga entre Yoruh e Areth que partiu o universo, fazendo surgir os mundos. Da poeira do universo, Sekneith moldou a vida, colocando-a na terra, rogando ao deus serpente compaixão para com os novos seres.

      Com a ruptura dos mundos, houve a ruptura de crenças. Os que cultuavam a tríplice se dividiram em dois grandes grupos: os araes, seguidores de Areth, e os yoruitas, servos de Yoruh. Os primeiros acreditavam que o deus-falcão foi o vencedor do embate e que Yoruh foi condenado a jamais regressar aos céus. Para eles, Sekneith se distanciou dos irmãos durante o combate, enojada pela violência.

      Os yoruitas por outro lado acreditam que o deus-serpente foi o vencedor desse embate e Areth foi condenado a jamais por os pés em

terra. Em sua versão, a deusa-leoa se tornou a consorte de Yoruh, mas ela o persuadiu a cuidar da vida presente na terra, como penitência por suas ações.

      Os sacerdotes de ambos os deuses não admitem, porém, as semelhanças entre as duas versões. Em qualquer uma delas, os três deuses não estão juntos, enquanto Sekneith mantém-se distante dos dois irmãos, o deus falcão vaga pelos céus e o deus serpente está em terreno firme. Os dois carregam, cada um, uma das as duas chaves para o Outro Mundo, lugar onde mortais e imortais descansarão, finalmente livres.

Mitologia e antiga religião

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